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Vivendo com SED: Quando Ser Flexível Vai Muito Além da Yoga

Atualizado: 21 de mai.

Por Anne Mathilde


Você já ouviu falar na Síndrome de Ehlers-Danlos (SED)? Se não, você não está sozinho. Durante muito tempo, nem eu mesma sabia o que era — até que a SED cruzou o meu caminho. Hoje, quero te contar um pouco sobre essa condição rara, invisível aos olhos, mas muito presente na vida de quem convive com ela.



Anne Mathilde (foto do instagram pessoal)
Anne Mathilde (foto do instagram pessoal)


O que é a SED, afinal?

A SED é um grupo de doenças genéticas do tecido conjuntivo — aquele que dá sustentação ao corpo todo. Pense em tendões, pele, ligamentos, vasos sanguíneos... tudo isso depende desse tecido. E quando ele não funciona direito, o corpo inteiro sente.

A forma mais comum da SED é a do tipo hipermóvel (SEDh), e ela costuma ser confundida com outras coisas por muitos anos. Sabe aquela pessoa super flexível, que dobra os dedos pra trás, faz alongamentos incríveis, ou vira e mexe está com uma dor “estranha” nas juntas? Pode ser muito mais do que apenas “ser elástico”.


Os sintomas: um quebra-cabeça difícil de montar

Viver com SED é como tentar explicar uma dor que muda de lugar, que não aparece em exames, mas que te impede de levantar da cama em certos dias. Algumas pessoas têm luxações frequentes, outras convivem com fadiga crônica, tonturas, problemas gastrointestinais ou cardíacos. É como se o corpo inteiro estivesse constantemente tentando se segurar — e falhando em silêncio.

Ah, e tem a pele! Na SED, ela pode ser mais fina, frágil, até com uma aparência aveludada. Machucados que demoram a cicatrizar e hematomas que aparecem do nada também são bem comuns.


Diagnóstico: o caminho (ainda) nebuloso

Talvez o maior desafio para quem vive com SED seja o diagnóstico. Como é uma síndrome complexa, cheia de variações, muitas pessoas passam anos — às vezes décadas — indo de médico em médico, sendo chamadas de "ansiosas", "preguiçosas", ou ouvindo que “é tudo da sua cabeça”.

A boa notícia? Isso está mudando. Mais profissionais estão se atualizando, mais pacientes estão se informando. Comunidades online têm sido um abraço coletivo para quem finalmente encontra uma explicação para o que sente desde sempre.


E o tratamento?

Infelizmente, ainda não existe cura para a SED. Mas há caminhos. A fisioterapia é uma aliada poderosa, especialmente com profissionais que entendem da condição. Além disso, estratégias para poupar energia, uso de órteses, medicação para dor, suporte psicológico... tudo isso entra no pacote do autocuidado.

É importante lembrar que, como a SED se manifesta de formas diferentes em cada pessoa, o tratamento também precisa ser personalizado.


Conviver com a SED: dor, força e empatia

Falar sobre SED é falar sobre resistência silenciosa. É acordar todo dia sem saber exatamente como seu corpo vai reagir. É aprender a respeitar seus limites — mesmo quando o mundo lá fora insiste em dizer “força, vai que você consegue”.

Mas também é sobre encontrar força onde ninguém vê. É sobre se reconectar com seu corpo de forma profunda, desenvolver uma escuta interna potente e entender que ser diferente não é sinônimo de ser menos.


Para quem convive com alguém que tem SED:

Se você conhece alguém com a síndrome, ou desconfia que pode ter, acredite nessa pessoa. Apoie. Busque informações. E, principalmente, entenda que o que não se vê também dói. Empatia é um remédio poderoso — e, ao contrário de muitos tratamentos por aí, não tem contraindicação.



Com carinho,

Anne Mathilde


Você já conhecia a SED? Tem dúvidas ou quer compartilhar sua história? Vamos conversar nos comentários! 💬👇

 
 
 

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